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A
praça surgiu em 1930, quando a Igreja da Sé
e um quarteirão inteiro de casarões dos séculos
XVII e XIX, foram demolidos para implantação
da linha de bonde elétrico. |
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Praça da Sé |
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A
Antiga Igreja da Sé |
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A
Igreja da Sé (Sé: nome consagrado à
principal igreja da cidade, na qual o arcebispo realiza
suas missas) deu, ironicamente, o nome à praça
que surgiu com o seu desaparecimento.
O templo original tinha entrada pela Rua da Misericórdia,
mudada tempos depois para o lado da montanha. A Igreja
se ligava ao Palácio Arquiepiscopal por meio de
um passadiço.
A Sé era uma igreja de proporções
bem amplas e sempre suas estruturas estavam a necessitar
reparos pela proximidade com o abismo entre as cidades
alta e baixa.
Em 1765, ela deixou de ser Catedral, cedendo a função
à antiga Igreja do Colégio dos Jesuítas,
atual Catedral Basílica.
Desde o início do século XX, vários
prefeitos e governadores realizaram obras de alargamento
das ruas centrais da Cidade para adequá-las ao
trânsito de bondes, automóveis e ônibus.
Na década de 10, foi construída a Avenida
Sete de Setembro interligando antigas vias estreitas e
sobre os escombros de várias igrejas, prédios
públicos e casarões seculares.
Finalmente, no dia 07 de agosto de 1933, foi demolida
uma das mais belas construções religiosas
do Brasil: a Igreja da Sé.
Segundo historiadores, as razões alegadas pelos
idealizadores do projeto da praça, como o precário
estado de conservação da igreja, sua interferência
no progresso da Cidade ou porque atrapalhava a circulação
dos bondes, não passariam de desculpas.
Na verdade, dados e registros da época informam
que existiam interesses diferentes:
O do arcebispo que, não querendo mais residir no
Palácio do Arquiepiscopal, situado ao lado da Igreja,
teria "entregue" a Sé em troca de um
valorizado imóvel no Campo Grande, que passou a
ser a sua residência oficial.
O do prefeito da época que afirmava ser necessário
conduzir Salvador para uma nova era de desenvolvimento,
retirando-a dos grilhões do passado, razões
suficientes para que já houvessem sido destruídos
outros monumentos históricos, como as igrejas de
Nossa Senhora da Ajuda, de São Pedro, de Nossa
Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Mercês.
Por muito pouco a Igreja de São Sebastião
(do Mosteiro de São Bento) também não
foi arrasada em nome do progresso.
Mesmo sob os protestos indignados de parte da comunidade,
o processo de demolição da Igreja da Sé
foi iniciado e rapidamente concluído. A inexistência
de uma consciência e de órgãos preservacionistas
na época, favoreceu a ação dos "progressistas".
Mas a repercussão do ato foi tão grande
que contribuiu para a criação, em 1937,
do Serviço de Patrimônio Nacional.
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